Como profetizou Eufézies: Tudo não terás!!!!!!!!!

Moro em Penápolis, interior de São Paulo. Uma cidade tipicamente interiorana, digna de amor e ódio. Grande quantidade de gente burra. Mas as tulipas raras do deserto compensam esse mar de imbecilidade tacanha típica do interior. Conheço pessoas amáveis, criativas e que sempre estão à fim de filosofar em alemão, ainda mais se existe uma loira gelada descendo redondo esôfago abaixo. Ainda mais nesse calor. Eita terrinha quente, viu! Mas, como dizia Mark Twain, prefiro o Paraíso pelo clima e o inferno pela companhia.

"Aqui, mermão, você encontra o capeta nas esquinas, de tanto que faz calor. E o tinhoso tá se abanando com um leque, viu". Bem, em falar em amores e fornos naturais, conversei hoje com uma pessoa que muito estimo à respeito de religião. Falávamos das curas de um pastor que opera milagres todos os dias em frente a TV. "O cara é uma benção". E tá ficando rico, o malandro curandeiro. A pessoa me vira e fala "mas ele merece".
Merece? Mereço eu, ficar rico, já que trabalho pra caramba, escrevo, faço o blá, canto, danço, sapateio. E só pago conta! Ah, pára vai. Se ele merece, Jesus Cristo então tinha que ter, naquela época, uma biga de ouro, um castelo de Greyscol e muito vinho do porto. O cara tinha que transformar água em vinho, tamanha era a pauperrice do Salvador. E outra, entrada triunfal num burrico? Nem Rubinho Barriquelo mereceria isso.

Fui embora da conversa com uma questão no ar (depois de questionar o que o curandeiro televisivo ia fazer para as crianças e famílias pobres nesse Natal):
No fim das contas, onde está a nossa fé? Crer em um Deus, um ser superior, que tem vínculo direto conosco ou em "enviados" que, para afzer um serviço que há 2.000 foi feito "na faixa" hoje cobram um dízimo obrigatório, dizendo que dar grana pra igreja acaba sendo um "investimento"?? Que medo que eu tenho desse povo! Espero que essa pessoa tenha visto que nem tudo que é mostrado lá deve ser real. "Mas Lucas, se você não acreditar em nada, como pode acreditar que Deus realmente existe".
"É um risco que corro", respondi. E terminei com uma frase de um querido amigo carioca, Márcio Macena (como dizia minha Santa Avozinha):
- Tudo não terás!